Não-alinhados <br> apoiam bolivarianos

O Mo­vi­mento de Países Não-ali­nhados ma­ni­festou-se contra a in­ge­rência dos EUA nos as­suntos in­ternos da Ve­ne­zuela, res­pon­dendo assim po­si­ti­va­mente à so­li­ci­tação da Re­pú­blica Bo­li­va­riana. No texto final da XVII Con­fe­rência de mi­nis­tros dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros da or­ga­ni­zação ex­pressa-se «apoio ao go­verno cons­ti­tu­ci­onal do pre­si­dente Ni­colás Ma­duro, eleito de­mo­cra­ti­ca­mente pela mai­oria do povo ve­ne­zu­e­lano» e «re­jeita-se as agres­sivas e ile­gais po­lí­ticas do go­verno dos EUA contra a Ve­ne­zuela, in­cluindo a ini­ci­a­tiva le­gis­la­tiva do Co­mité de Re­la­ções Ex­ternas do Se­nado di­ri­gida a impor san­ções a este país (...), em clara vi­o­lação dos prin­cí­pios do diá­logo po­lí­tico li­de­rado pelo pre­si­dente Ni­colás Ma­duro com todos os sec­tores da so­ci­e­dade ve­ne­zu­e­lana (...), o qual de­corre com o apoio da Unasul e da Santa Sé».

Na reu­nião de pre­pa­ração da pró­xima Ci­meira dos Não-Ali­nhados, que de­verá de­correr em Ca­racas em 2015, os res­pon­sá­veis di­plo­má­ticos dos cerca de 80 países que mar­caram pre­sença su­bli­nharam a sua «pro­funda pre­o­cu­pação pelas ac­ções vi­o­lentas que ti­veram lugar na Ve­ne­zuela nas úl­timas se­manas com o pro­pó­sito de de­ses­ta­bi­lizar o go­verno (…), as ins­ti­tui­ções de­mo­crá­ticas e o Es­tado de di­reito».

Golpe des­mas­ca­rado

En­tre­tanto, na quarta-feira, 28, o Alto Co­mando Po­lí­tico Ve­ne­zu­e­lano de­nun­ciou um plano para as­sas­sinar Ni­colás Ma­duro e ou­tros go­ver­nantes e di­ri­gentes ve­ne­zu­e­lanos, passo pri­meiro de uma in­ten­tona fi­nan­ciada pelo ban­queiro Eligio Ce­deño, exi­lado em Miami. Jorge Ro­drí­guez, ac­tual pre­si­dente da Câ­mara de Ca­racas, apre­sentou factos que atestam o en­vol­vi­mento da ex-de­pu­tada Maria Co­rina Ma­chado, do ac­tual em­bai­xador dos EUA na Colômbia, de um ex-di­rector da pe­tro­lí­fera es­tatal ve­ne­zu­e­lana, do jor­na­lista Nelson Bo­ca­randa, de um ex-re­pre­sen­tante da Ve­ne­zuela nas Na­ções Unidas, ou de um ex-go­ver­nador es­ta­dual (ver pá­gina 28 desta edição).

Pos­te­ri­or­mente, o jor­na­lista e ex-mi­nistro da De­fesa e dos Ne­gó­cios Es­tran­geiros, e ex-vice-pre­si­dente da Ve­ne­zuela, José Vi­cente Rangel, adi­antou que as provas ob­tidas pelas au­to­ri­dades in­dicam que o golpe tinha ra­mi­fi­ca­ções no seio das forças ar­madas, con­tando com mi­li­tares ac­tivos e na re­serva, pro­me­tendo, para esta se­mana, a di­vul­gação de mais por­me­nores.




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